27/02/07

AMARGA SENSAÇÃO

Qual é a minha especialidade, afinal?
Sinto-me leviana em tudo o que faço...
Invejo o artífice, que trabalha apenas com as mãos, mas que pode gabar-se de ser um especialista na sua arte.
Invejo, de maneira diferente, todas as pessoas que não são especialistas naquilo que fazem, mas que chegam ao fim de cada dia perfeitamente satisfeitas com o resultado do seu trabalho, mesmo que não esteja perfeito.
Eu sou capaz de ficar horas a pensar numa dificuldade que tive, num resultado insatisfatório, numa dúvida que me surgiu e para a qual não encontrei resposta, num erro que cometi. Tudo o que faço profissionalmente deixa-me a sensação de que deveria ter feito melhor e só não o fiz porque não me esforcei o suficiente.
Quantas pessoas com mais de 30 anos, já com as suas "carreiras" profissionais definidas, se sentem assim? Haverá por aí mais alguém que tenha permanentemente a sensação de que, para fazer o que faz como faz, mais valia dedicar-se à pesca?!

15/02/07

AMBIENTALISTAS À FORÇA

Um amigo recomendou-me há pouco tempo que usasse um detergente 90% biodegradável, à venda em qualquer hipermercado.
É triste pensar que eu, como tanta gente, ainda compro produtos "normais", a maior parte dos quais são nocivos para o ambiente, e portanto para todos nós, quando sei perfeitamente que a sustentabilidade deste planeta depende da mudança das nossas atitudes.
Contudo, seria ingénuo pensar que é com campanhas de sensibilização que a população mundial vai passar a usar produtos mais caros e talvez menos eficazes no seu dia-a-dia, "apenas" para que o planeta ainda possa ser a casa dos seus netos, ou dos netos dos outros. Afinal, o ser humano é hoje tão egoísta como quando se diferenciou dos macacos.
Não percebo, por isso, como é que os legisladores e os governantes não impõem às empresas que fabriquem EXCLUSIVAMENTE produtos, como esse detergente, que sejam o menos nocivos possível. Se há uma fórmula 90% biodegradável, todas as outras deveriam ser proibidas. Se há coisa em que a imposição e a proibição fazem sentido, é a defesa do ambiente. Porque, infelizmente, não há outro meio de pôr as pessoas a fazerem o que é melhor para todos.

11/02/07

Referendos precisam-se

Porque é que o Governo não fez um referendo sobre a nova lei de Bases da Segurança Social, relativa às pensões de reforma? Porque é que se fazem referendos sobre umas leis e outras não?

10/02/07

E-mail para uma amiga


Oi, (blá-blá-blá)...
...por cá estamos boas, embora eu ainda não tenha acabado a caixa de antibiótico! Agora tenho é uma alergia na cara de vez em quando (tipo hoje), que me deixa deprimida, porque parece que tenho uma doença de pele esquisita. Deve ser da gravidez, sistema nervoso, sei lá. Só sei que reapareceu agora e não me fica nada bem!

Não quero saber o sexo da criança, seja por casmurrice, seja só para chatear quem pergunta ;) Afinal, porque será que as pessoas dão tanta importância a esse pormenor? É curioso... Eu adorei ter a surpresa de saber que a Mecas era menina no momento em que ela nasceu e quero repetir a experiência. E acho bom que ela aprenda também a esperar para saber certas coisas na vida... ou estarei a ser demasiado filosófica?!

Quanto à arrecadação, começámos muito bem, a um ritmo excelente, mas tive de interromper para trabalhar e agora aquilo está parado. Falta a parte mais chata, que é decidir o que vai para o lixo, da tralha que guardei em dois caixotes.
Mas, se te serve de incentivo, até foi bem divertido, por várias razões: sabe muito bem a sensação de, finalmente, mandar embora as coisas que não interessam e fazer a felicidade dos rapazes que vieram buscar as coisas (ex-toxicodependentes). É giro fazer isso a dois, sempre é um bocadão que passamos juntos. É engraçado rever objectos que não víamos há anos, recordações de outros tempos, fotos antigas, etc. E sabe tão bem ver o resultado, quando as coisas ficam organizadas e o espaço aumenta!...
Olha, é só uma questão de mentalização. No momento em que começas, vais ver que é uma forma bem divertida de passar o fim-de-semana!

Bom... e vou tratar da Mecas, que está na hora do banho e do jantar.

Espero que estejas bem e que consigas descansar cada vez mais.
Tenho lido os teus textos, mas não tenho comentado por falta de imaginação. Agora compreeendo os meus "leitores silenciosos"! Ler apenas dá muito menos trabalho do que deixar a prova de que lemos!...
Abraços

09/02/07

Filho de peixe...




Um homem, preocupado com o facto de a educadora do seu filho o ter alertado para a tendência da criança para ver sexo em tudo, resolve levá-la ao psicólogo.
Este pede ao pai que saia do consultório e, a sós com o rapazinho, desenha uma circunferência numa folha e pede-lhe que diga o que lhe faz lembrar.
Sem hesitar, o rapaz responde: "uma maminha".
O psicólogo desenha então um triângulo e faz a mesma pergunta ao miúdo, que logo declara: "um pipi."
Depois o médico representa um rectângulo e o rapaz diz que se trata de "uma pilinha".
Perturbado com a obsessão da criança, o médico manda entrar o pai e explica-lhe: "realmente, o seu filho revela uma tendência que não é normal... veja: fiz estes desenhos... do círculo disse-me que era uma maminha, o triângulo pareceu-lhe um pipi e o rectângulo uma pilinha! De facto..."

Ao fim de uns segundos de silêncio, o pai do rapaz, meio corado, comenta: "Também, senhor doutor...! O senhor faz cá uns desenhos...!"

08/02/07

À beira da extinção




Para quê continuar a escrever?
Para quê a preocupação de dizer alguma coisa pertinente, minimamente interessante, original?

Hesito entre extinguir o blogue, deixá-lo simplesmente cair no esquecimento ou continuar a esforçar-me por deixar aqui um testemunho periódico, para que se saiba que estou viva, que reflicto, que acho, que sinto.

A pergunta persiste. A resposta até poderia ser "para nada", ou "porque sim". Escrever simplesmente porque me apetece, quando me apetece.
Mas neste momento essa resposta não satisfaz. Este blogue já não me satisfaz.
Porque será?