Elevação estilística. Não ser corriqueiro, banal na forma de se expressar; enlear, encantar, surpreender, eram essas as diferenças que transformavam em literário um texto. E para o conseguir os processos revelavam-se sem fim. A criação de um ritmo parecia-lhe que teria sempre de existir. Mesmo na prosa. Só que, como na música, o ritmo podia resultar bem ou não; ficava novamente sem conseguir definir um critério de qualidade. [...] A boa era a que nos maravilhava com a descoberta de algo que já sabíamos, era a que confirmava magnificamente o que nunca fôramos capazes de sintetizar.
Sérgio de Sousa, Trilha Encoberta, vol. III, Lisboa, Editorial Escritor, pp.140-1.
Giro. Estas palavras fazem precisamente isso.
4 comentários:
Estou a experimentar um teclado novo. O anterior pregou-me uma data de sustos. Até julguei que o computador tinha um vírus, tal era o seu mau comportamento.
Esta história não vem a propósito, mas serve para justificar o meu aparente desinteresse pelos meus companheiros da blogosfera.
Mudando de assunto, concordo consigo. Mas ambos somos suspeitos, por admirarmos Sérgio de Sousa, esse tão grande como desconhecido escritor.
Talvez esteja a pensar de forma muito simplista, mas acho que a qualidade mede-se simplesmente pelo gostarmos ou não do texto.
Jaime
www.blog.jaimegaspar.com
Desculpa, Jaime, mas está a ser simplista sim.
Eu tive uma altura (envergonhadamente o confesso) em que gostava de ler Sabrinas e Biancas...
Penso que o que Sérgio de Sousa insinua faz sentido (claro, senão não tinha publicado o excerto! :P). Sobretudo no caso do ritmo da prosa, que pode ser bom ou mau, tal como a música: a "Pimba" também tem ritmo, e no entanto admitiremos que não é música de qualidade... agora explicar porquê é que é mais difícil!
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