15/07/06

"ELEVAÇÃO ESTILÍSTICA"

Elevação estilística. Não ser corriqueiro, banal na forma de se expressar; enlear, encantar, surpreender, eram essas as diferenças que transformavam em literário um texto. E para o conseguir os processos revelavam-se sem fim. A criação de um ritmo parecia-lhe que teria sempre de existir. Mesmo na prosa. Só que, como na música, o ritmo podia resultar bem ou não; ficava novamente sem conseguir definir um critério de qualidade. [...] A boa era a que nos maravilhava com a descoberta de algo que já sabíamos, era a que confirmava magnificamente o que nunca fôramos capazes de sintetizar.

Sérgio de Sousa, Trilha Encoberta, vol. III, Lisboa, Editorial Escritor, pp.140-1.

Giro. Estas palavras fazem precisamente isso.

4 comentários:

Anónimo disse...

Estou a experimentar um teclado novo. O anterior pregou-me uma data de sustos. Até julguei que o computador tinha um vírus, tal era o seu mau comportamento.
Esta história não vem a propósito, mas serve para justificar o meu aparente desinteresse pelos meus companheiros da blogosfera.
Mudando de assunto, concordo consigo. Mas ambos somos suspeitos, por admirarmos Sérgio de Sousa, esse tão grande como desconhecido escritor.

Anónimo disse...

Talvez esteja a pensar de forma muito simplista, mas acho que a qualidade mede-se simplesmente pelo gostarmos ou não do texto.

Jaime
www.blog.jaimegaspar.com

Dulce disse...

Desculpa, Jaime, mas está a ser simplista sim.
Eu tive uma altura (envergonhadamente o confesso) em que gostava de ler Sabrinas e Biancas...

tikka masala disse...

Penso que o que Sérgio de Sousa insinua faz sentido (claro, senão não tinha publicado o excerto! :P). Sobretudo no caso do ritmo da prosa, que pode ser bom ou mau, tal como a música: a "Pimba" também tem ritmo, e no entanto admitiremos que não é música de qualidade... agora explicar porquê é que é mais difícil!