A minha sogra regressou da terra e trouxe uma grande caixa de cerejas para nós. Quando as fomos buscar, comentei com ela:
- Estive quase, quase para comprar algumas ontem! Mas ainda bem que não as comprei. Estão tão caras...
- Mas também, compreende-se. Dão muito trabalho... é que têm de ser apanhadas com os pés!
- Com os pés?!
E antes que ela me pudesse explicar o óbvio (“sim, não se podem arrancar, é preciso cortar os pezinhos que as seguram”), já estávamos as duas a rir, primeiro contidamente, mas depois às gargalhadas, ambas imaginando dezenas de pessoas a fazer o pino debaixo das cerejeiras, descalças, com raminhos entre os dedos dos pés.
Acabei por acrescentar, depois de me ter lamentado por ser tão pateta às vezes:
- bem, se fossem mesmo apanhadas com os pés, até pagava só para ver, nem precisava de ficar com as cerejas!!