12/11/06

Matilde Rosa Araújo

Como podemos definir o que nos liga a uma pessoa que nunca víramos antes? Como explicar a empatia sentida de imediato, após a primeira troca de olhares e de palavras?

Uma história que me tinha feito chorar era tudo o que conhecia dela.
Uma ternura generosa, transbordante, foi o que me conquistou ontem.
Senti-lhe uma doçura enorme naqueles olhos atentos, naquele rosto ainda tão belo. Dela transparece uma alma que se adivinha boa, que parece oferecer-se aos outros.
Observou-me com interesse, falou-me com tanta consideração e quase estima, que parecia impossível que não me conhecesse há muito tempo. Comovi-me com a forma como deu a mão a uma amiga, por várias vezes, durante a apresentação do livro. Apeteceu-me dar-lhe a mão também!...

Já antes tinha pensado que gostaria de chamar Matilde a uma filha. Agora mais ainda!

15 comentários:

Anónimo disse...

Que lindo, querida amiga!!

tikka masala disse...

Sabes, Dulce, praticamente tudo o que escrevi neste post também se aplica a ti.
Só não te chamas Matilde, nem nunca te vi dar a mão a uma amiga.
Mas talvez uma dia me dês a mão, quando formos velhinhas, enquanto alguém te observa e sente, também, muita ternura e admiração por ti. Talvez seja na apresentação do teu livro... porque não?!
:)

Anónimo disse...

E eu vou deitar-me com este sorriso que agora me ofereceste... :)
(Obrigada)

Anónimo disse...

E, de Matilde Rosa Araújo, uns versos que trago deste menina gravados na alma:

Mãe,
que verdade linda
o nascer encerra.
Eu nasci de ti,
como a flor da terra.

Anónimo disse...

Muito curioso este teu pequeno artigo, e passo a dizer porquê. Conheci a Matilde Rosa Araújo faz agora cerca de 5 meses (Junho), na entrega de um prémio de literatura infantil com o nome dela.
E a sensação que me deixou foi em tudo semelhante à tua: doçura e encanto, interesse pelo próximo e bondade. Uma pessoa como há poucas, de alma grande. Gostei dela como raramente gosto de alguém que não conheço e que não chego sequer a conhecer, visto o nosso contacto ter durado apenas escassos minutos. De nota o facto de, nesses escassos minutos em que falámos, me ter dado a mão o tempo todo.
E mais, até na vontade de dar a alguém o nome dela a minha reacção foi semelhante à tua. Tenho dois filhos e não pretendo ter mais, por isso o que me ocorreu foi dar o seu nome a uma personagem de uma história, criar uma personagem à imagem e semelhança dela.
Por isso, o teu pequeno comentário à Matilde Rosa Araújo me agradou tanto.

Vida de Praia disse...

Que post tão querido! Fiquei com vontade de reler os clássicos da literatura infantil.
É incrível como um encontro nos pode marcar tão profundamente, parece algo de transcendental ou metafísico até.

tikka masala disse...

Pois é, Dulce. E que lindo poema!
Incrível, Hainnish!... (Ou não tão incível assim!). Fico feliz por saber isso. Obrigada pelo comentário :)
Vida de Praia, as tuas palavras fazem-me lembrar que cheguei a indagar-me sobre esse mistério: é que há pessoas que me tocam tão profundamente, que fico a pensar se não teremos tido uma ligação forte numa outra dimensão!

Vida de Praia disse...

Eu por vezes reajo assim em relação a pessoas que a um nível mais ou menos consciente me fazem lembrar outras pessoas de quem gosto, que se tornam uma espécie de arquetipos de certas qualidades ou feitios.
Outras pessoas são simplesmente fantásticas, carismáticas.

Luís Alves de Fraga disse...

Conheço há muitos anos a Matilde Rosa Araújo. Ela é assim. Sempre foi assim, mesmo na maior intimidade. É, naturalmente, doce, sensível, suave. Uma das minhas filhas tem uma verdadeira paixão por ela... e a Matilde retribui com muito carinho.

Isa Maria disse...

nunca tive a oportunidade de conhecer. Livros dela, lei-os com a filhota Gostei da tua descrição tão ternurenta
jinhos

Anónimo disse...

É assim, a grande Senhora da literatura infantil. Assim como vocês todos a descreveram: bondade, elegância, cultura, inteligência, sentido de humor, humildade...uma nuvem pairando por cima de todos nós...porque ela está acima, mesmo sem querer. Fui aluna dela: um privilégio. Uma forma de a amar é lê-la e divulgá-la. Um abraço a todos. Temos algo em comum. Amamos a MATILDE.

Anónimo disse...

“Mãe,
que verdade linda
o nascer encerra.
Eu nasci de ti,
como a flor da terra.”

Gosto tanto destas imagens poéticas tão belas quanto simples, que fiquei muito triste quando vi ontem escrito num mural do infantário do meu filho este poema “deturpado”:

Mãe,
que palavra linda
o nascer encerra.
Eu nasci de ti,
como a flor da terra.” (perdeu-se grande parte da beleza assim!)

Não me contive. Expressei a minha indignação pela falta de consideração pela “nossa” Matilde. Qualquer Educadora deve conhecer de cor este pequeno poema! Mas fui mal interpretada. “Que podemos reinterpretar os textos, todos somos poetas, etc,”. Aberrações para esconder a ignorância!
É assim a nossa sina: orgulhosamente ignorantes!
Apeteceu-me gritar. Mas chamar-me-iam louca!
Depois dou por mim a pensar “ afinal, terá mesmo importância só mesmo para mim?” …
Obrigada por me terem lido. Tinha de desabafar… Desculpem o anonimato.

S. Leite disse...

Percebo a indignação. Se eu fosse a educadora, acho que teria assumido humildemente o erro e corrigido o texto. Só me ficaria bem!
Mas fiquei curiosa: o nome Matilde Rosa Araújo estava por baixo do texto? Só se não estava é que a educadora pode alegar que o poema é da autoria dela. Mas, nesse caso, bem a podemos acusar de plágio! Triste...

lili disse...

Lindo o seu post.
Ler Matilde Rosa Araújo devia ser obrigatório no 1º ciclo.

lili disse...

Lindo o seu post.

Ler Matilde Rosa Araújo devia ser obrigatório no 1º ciclo.