21/08/06

SER BANAL


Sempre esta sensação de ser demasiado explícita e racional.
Falta poesia ao que escrevo, falta subtileza às minhas análises das coisas, falta ambiguidade aos sentidos que construo - falta permitir que esses sentidos sejam antes construídos por quem lê (ou vê) e apenas sugeridos por mim.
Admiro a originalidade dos outros. Surpreende-me sempre e está fora do meu alcance, como o voo de uma pássaro colorido. Falta-me garra, falta-me classe.
É assim com o que escrevo, o que desenho, o que fotografo, o que digo, o que penso. Falta a tudo um levantar do chão, nem que fosse apenas por um breve instante. Falta a tudo um pouco mais de pó, de sonho, de indefinição.

5 comentários:

Anónimo disse...

Mas isso é o que sente todo o ser normal. É a humildade que deve estar subjacente a todo o talento.
É o grande incentivo para melhorar. Parabéns.

Anónimo disse...

A poesia é induzida por um copo de vinho. :-)

Jaime
www.blog.jaimegaspar.com

Dulce disse...

Ontem escrevi-te uma grande mensagem que não consegui colocar aqui. Vou resumir: BANAL É QUE TU NÃO ÉS!

tikka masala disse...

Obrigada Deprofundis e Dulce. Jaime, pela minha experiência, um copo é manifestamente insuficiente ;)

Vida de Praia disse...

Falas do que poderia ser apelidado de "a tirania natural do ego normal", que só tem olho para as suas próprias "faltas" e "limites" que mais ninguém senão tu vê a olho nu, exaltando no mesmo fôlego as virtudes e talentos dos demais.
Uns copos ajudam sempre a animar a festa, especialmente se combinados com óculos sem lentes magnificadoras : )