Continuo a cozinhar porque tem de ser, mas sempre a mesma coisa. A inspiração falta-me, o entusiasmo também. Só me resta a concentração com que, na cozinha, me distraio do resto.
Saio de casa com satisfação. É um prazer ir trabalhar. Só gostava de poder dar, aqui, a continuidade necessária ao que faço lá fora. O professor tem a ingrata e quase impossível missão de estar constantemente a tentar trabalhar quando todos pensam que ele não precisa de o fazer.
No elevador reassalta-me um dilema por resolver: porque é que soa uma campainha (irritante) quando chegamos a um andar qualquer, se esse som não serve para nada - nem para orientar um cego que pretenda saber se chegou ao seu destino? Resignadamente, abafo o som com a manga do casaco, para que o Vicente não acorde antes do tempo.
1 comentário:
Olá!!! :-)
Ainda bem que sair de casa para ir trabalhar te entusiasma - passas horas e horas a trabalhar, enquanto que cozinhar é menos demorado e portanto não tão crucial que dê prazer.
Creio que a campainha irritante do elevador lá está: 1) para dar que falar ou 2) só para irritar mesmo ;-)
Enviar um comentário