20/08/07

Os filhos



Os filhos são tudo para nós. Mas também nos consomem.

Viver em função deles é inevitável. E no entanto, muito poucos são os que mais tarde reconhecem e apreciam o que os pais fizeram por eles.

Enquanto crianças, são demasiado novos para fazer mais do que amar-nos – e nada mais lhes pedimos, naturalmente.

Na adolescência, porém, quando começam a pôr-nos em causa, a querer seguir por caminhos que nunca ousámos pisar, a desafiar-nos a autoridade, a paciência e a boa vontade, também é inevitável cobrar-lhes o tempo que lhes dedicámos, exigindo o respeito e a obediência que julgamos merecer, apenas porque escolhemos tê-los e os educámos da melhor forma que sabíamos. Então, eles respondem, desarmando-nos: “não pedi para nascer!”

3 comentários:

Isa Maria disse...

tantas vezes eu já ouvi essa frase em especial da minha rapariga que diz que não queria nada ter nascido. Mas di-lo a chorar... que fazer? ignonar mas não ignorando no entanto? alimentar naão alimentando no entanto? ir com ela a um especialista?

Anónimo disse...

A vida é mesmo assim. Não como gostaríamos que fosse, mas como é. Lembro-me da minha mãe que me dizia de que o seu grande desejo de sempre era ter os filhos todos à sua roda. E eu saí de casa aos 18 anos...
Penso que o maior erro dos pais é sonnharem com um dado futuro para os filhos. Futuro esse que muitas vezes se prende com a necessidade de compensarem as suas próprias frutações. Mas o futuro apenas pertence aos filhos.
Não quero com isto dizer que os pais se demitam das suas responsabilidades. Em última análise, os filhos terão que lhes obedecer enquanto forem economicamente dependentes. E é bom que entendam que no mundo há regras que, fatalmente, nem sempre serão agradáveis.
Não se preocupe muito. Faça o que entende que deve fazer. Com amor e com firmeza. Vai, como toda a gente, cometer alguns erros, mas todos serão reparáveis.
Quase sempre, o tempo resolve tudo.

Vida de Praia disse...

Sim, lembro-me perfeitamente de ter pensado e dito exactamente isso quando os meus pais me vinham com pieguices dessas e chantagens emocionais, quando eu "levantava o pêlo", querendo somente experimentar viver. Saí de casa aos 17...
Sou apologista de teorias simples baseadas na empiria: na minha opinião só de filha, que mãe não sou, se os pais são razoáveis, os filhos seguem o passo. Não que não venham momentos rebeldes, o que a meu ver é normalíssimo, mas há-os em vários graus, e o carinho e sensatez dos pais atrai pequenas batalhas em vez de grandes guerras.