06/11/06

PERIGO IMINENTE




















Um relâmpago ofuscante, um trovão como nunca ouvi antes na vida. A minha filha estava quase a adormecer e apanhou um susto enorme. Parecia uma guerra a rebentar em cima das nossas cabeças. Fomos consolá-la. Foi a primeira vez que ela chorou por causa de uma tempestade.

Só espero que nunca os elementos se tornem verdadeiramente ameaçadores, ao ponto de pôr em risco a nossa vida. As trovoadas nunca me meteram medo (excepto hoje), mas sempre tive pavor de que algum dia houvesse um terremoto, como o de 1755, que destruísse tudo.
Se fosse católica, rezaria todos os dias para que isso não acontecesse. Se acreditasse nalgum deus, nalgum poder por mim convocável ou subornável, acho que levaria a vida a tentar comprar a paz de espírito que me daria a certeza de isso nunca acontecer enquanto eu vivesse. Como não sou, como não acredito, resta-me não pensar nisso. Ou tentar.

3 comentários:

Anónimo disse...

A nossa impotência em relação à fúria dos elementos cria-nos a necessidade de uma super-protecção. Uma espécie de ursinho de pelúcia para nos agarrarmos em momentos de aflição.
E um deus vinha mesmo a calhar...

Dulce disse...

Eu só penso nisso de vez em quando. Pensei muito qd na minha última folga fui a Pombal e vi fotografias do que por lá aconteceu. As inundações, a força bruta da água que inutilizou carros, arrancou passeios, destruiu paredões...

Nem os cristãos deixam de se sentir impotentes perante essas ameaças!
Beijinhos.

Vida de Praia disse...

Eu também prefiro tentar não pensar nas maiores catástrofes naturais. Se vierem a acontecer, e eu for apanhada no meio delas, tenho confiança em que Deus estará comigo, quer sobreviva quer não, e é isso - e não uma noção ingénua de imortalidade, de que nada me acontecerá - que me dá consolo e força.
Agora: de trovoadas gosto mesmo! Adoro ficar a ver os relâmpagos ao abrigo da minha casa.