16/08/06

GOSTOS TAMBÉM SE DISCUTEM


Um dia, há uns anos, cheguei a Cramarinhos e fiquei chocada. Tinham construído uma casa, mesmo em frente à nossa, bem ao estilo portuga: muito alumínio, muros de aspecto inacabado, em cimento, e os inevitáveis azulejos de casa-de-banho a embelezar a fachada.
Fiquei desolada. Onde antes só se viam matas frondosas de pinheiro, sobreiro e eucalipto, havia agora esta aberração que se vê na fotografia. Quando lá chegámos, mostrei a monstruosidade ao meu marido. «Já viste o nosso azar?», lamentei-me. «Logo foram fazer esta casa horrível em frente à nossa!» Mas ele relativizou: Para ti é horrível. Para os donos da casa está muito bonita assim.
Não digo que todos gostemos das mesmas coisas. Mas devia haver limites a partir dos quais já nenhuma variação seria admissível!

12 comentários:

Anónimo disse...

Também a acho feia.

No entanto, os donos dessa casa feia devem estar a dizer: «já viste a casa horrível que estava construída em frente à nossa?!» :-)

Jaime
www.blog.jaimegaspar.com

Anónimo disse...

Jaime,
Obviamente a casa onde ficamos era muitissimo mais bonita! Mesmo para os donos da casa feia.

Abraço,
Wallace

Vida de Praia disse...

Mamarrachos são mesmo a especialidade portuga. Pior do que a casa só mesmo o muro de betão que a envolve e o telhado a condizer. Meu Deus, que perfeito mau gosto!

Anónimo disse...

Então, não acham que se trata de uma casa tipo "maison"?
Queriam ópera?

Vida de Praia disse...

É maison mesmo. Mon Dieu!...

Anónimo disse...

Anonimo disse não é bonita mas não deve poder ter melhor atenção que a mania de superioridade em relação aos outros não lhe fica bem nos comentários se calhar até não fez nada para ter uma quinta dessas e aida fala dessa maneira é normal deve viver no sul.

25 de Abril disse...

Olá tikka masala e gente de gosto refinado da alta sociedade...
Gostaria de conhecer as fotografias das casas onde vivem na cidade. Ou será que vivem em apartamentos?
Os vossos antepassados fugiram do alcatrão e do centro da aldeia, agora querem fugir dos azulejos. Deus queira que nunca ganhe alergia ao pólen dos pinheiros, porque seria difícil encontrar um novo lugar na zona.
Razão tem o seu marido: vê-se que é uma pessoa humilde e ponderada!

tikka masala disse...

Exacto. Mas eu tenho o direito de falar aqui do meu gosto pessoal, senhor 25 de Abril. Ou não sabe o que é a liberdade de expressão?? A sua casa é mesmo feia, desculpe que lhe diga. Para mim, claro.

25 de Abril disse...

Compreendo a sua posição, mas é incoerente. Toda a gente a partilhar no seu blogue comentários agradáveis e apareceu um contra a corrente. É o bem das novas tecnologias, vieram democratizar o acesso aos saberes e à cultura que no século passado estavam reservados aos filhos das famílias ilustres que tocavam piano e falavam francês.
Mas a sua liberdade de expressão termina no direito à privacidade dos seus vizinhos.
Ou não tirou a fotografia escondida no meio dos arbustos do seu refúgio dourado à casa dos azulejos e publicou-a no seu blogue?
Não confunda liberdade com bisbilhotice (no norte significa falar e incomodar a vida alheia).
Já agora a casa não é minha. Conheço o seu dono e sei que nunca incomodou o seu paraiso nem a senhora.

tikka masala disse...

a casa está na via pública, ou não? Qualquer um a pode ver e comentar a arquitectura e os acabamentos exteriores... depois, nem disse em que rua ficava, nem quem é o dono! Desculpe, mas não estou a incomodar ninguém ao expressar a minha opinião sobre o gosto da casa que fotografei. Nem mesmo os seus donos, que no respectivo blogue, se o tiverem, podem dizer todo o mal que quiserem de mim, da minha casa, ou do que quiserem.
O seu complexo contra as famílias ilustres também pode manifestar-se à vontade nos comentários ao meu blogue, que eu deixo...

25 de Abril disse...

Olá tikka masala
Como já se confessou no seu blog:
“depois das férias em Cramarinhos: antes, era escrava do meu blog e agora recuso-me a sê-lo. Há coisas bem mais importantes na vida – nomeadamente VIVER. Já não sinto a necessidade de me dedicar ao vício diariamente.”
“para mim, blogar era quase viver. Até ao dia em que parei de blogar e comecei a viver!”
Viva e seja feliz.
Carpe diem.
Até sempre.

tikka masala disse...

Igualmente.