03/08/06

DIA 2

O mais difícil é ver-me ao espelho constantemente. Os defeitos que encontro nela são os meus, é verdade. Quando a oiço reclamar porque alguém deixou não-sei-quê desarrumado, até parece que sou eu que estou a falar. Quando ela vem ter comigo à casa-de-banho para me mostrar o bolor nos tachos do armário, para eu ver a “desgraça que lhe havia de ter acontecido”, percebo porque é que estou aqui a passar férias.
Não é apenas um teste à minha paciência e capacidade para manter a cortesia e a educação acima de tudo. É um confronto comigo própria. Eu não vou ser assim quando tiver a idade dela. Eu vou ser muito pior, porque já sou assim agora!
E quando eu e os meus sobrinhos nos rimos à socapa da forma como ela dramatiza os pequenos azares e se vitimiza a todo o momento por “tudo” lhe acontecer e toda a gente desarrumar e desajudar, eu sei que estou a rir de mim própria. E só me rio porque sei que ainda estou a tempo de mudar.

4 comentários:

Dulce disse...

Então ri, ri muito!
E relaxa, mulher, estás de férias! :)
Ou, se preferires, prepara umas aulas... :)

Anónimo disse...

Escrita para um romance? Quem sabe?
O melhor é guardar tudo num CD...

Vida de Praia disse...

Cá diz-se que "a maçã não cai muito longe do tronco" - tipo: "quem sai aos seus..." Mas já o encarares essas situações com ironia é sinal de que realmente ainda há esperança para ti : ) E blogar é sempre uma óptima terapia : )

tikka masala disse...

Obrigada, amigos. Vou continuar a tentar ver o lado positivo da experiência... :D