Ralho com ele e trato-o como se fosse um filho.
É uma tendência normal nas mulheres, dir-me-ão vocês.
Talvez.
Mas não gosto nada de me ouvir a censurá-lo pelo que não fez.
Sigo o padrão da minha mãe, que vejo também na minha irmã.
Mas acho que uma relação assim nunca pode ser inteiramente sã...
Parece que sou eu que mando,
“I wear the trousers”, como dizem os ingleses.
Mas sei muito bem que não gostaria que ele me tratasse
como eu o trato tantas vezes.
Não sei por que razão este desabafo
me está a sair assim desta maneira!
se ele lê isto ainda vai pensar que faço pouco de nós,
que é apenas uma brincadeira.
Desculpa, querido, se o texto me saiu assim rimado.
E se pensas que estou a brincar, estás enganado.
9 comentários:
Mas tem dúvidas? Claro que quem manda é a mãe. Que mal há nisso? E é a sua obrigação.
É bom que as crianças, mesmo as adoráveis, percebam que há regras e limitações. E que há responsáveis pelo seu cumprimento.
A educação é a preparação para a vida real...
Deprofundis, eu estava a referir-me ao meu marido...
Não se sinta culpada, você está cheia de razão.
O mundo parece ser dos homens, mas quem efectivamente manda somos nós as mulheres. No trabalho doméstico deixe-o mandar, vai ver que ele não vai adorar e nós detestamos esse trabalho.
Ralhe sempre e imponha-se.
Gostei deste desabafo em verso sobre um desafio que também encontro vez após vez na minha vida a dois - é tão bom mandar e ter sempre razão (quando sou eu, é claro), mas ao mesmo tempo não é, porque deixa a relação "descambada" e "mina" o respeito mútuo. Uma maneira de tentar solucioná-lo é dar prioridade ao que realmente considero importante e lutar por isso e daixar que ele faça o mesmo em relação ao que mais valoriza, em vez de se fazer um caso de cada caso. Resulta 90% das vezes.
Mas que bronca. Estou tão fascinado com a Mecas que nem dei conta que a "vítima" era outra.
E, a propósito, o meu comentário vai em inglês:
You look much too bossy...
como eu me revejo neste post e como me senti estranha no final de lê-lo. Jamais o conseguiria colocar em palavras, talvez porque ele iria lê-lo.
Mas no final da leitura tb senti um alívio: afinal não sou só eu, mas tenho que me emendar. Pobrezito. Se eles fizessem o mesmo connosco não iriamos gostar de certeza.
um abraço
Permitam-me a racionalização dos vossos comentários e do apontamento da Tikka.
O que é o machismo?
Minhas Amigas e meu Amigo, o machismo é uma defesa criada pelos homens contra o imenso poder das mulheres, nada mais!
Se nós não tivessemos a certeza de que quem escolhe e manda são as mulheres não teríamos necessidade de desenvolver um mecanismo de falsa autoridade.
Era eu rapaz e li numa revista francesa uma afirmação da, então ainda jovem e sempre bela, Sofia Lauren. Dizia que quem escolhe o homem é sempre e em última análise a mulher.
Pensei, matutei, dei voltas à cabeça e, desde essa data, fiquei sem qualquer dúvida: a formosa Sofia tinha toda a razão; nós fazemos a corte para ser escolhidos, aceites, e continuamos uma vida inteira dependentes do amor (no fundo, da autoridade) de uma mulher.
É por terem esse imenso poder que as mães são mulheres ou, se calhar, por serem mães, as mulheres detêm essa tal força que nenhum homem consegue igualar...
A nós, resta-nos a força física que pouco vale quando comparada com as suas congéneres de outra natureza.
Desculpem o tempo que vos roubei.
Adoro as mulheres, porque adorei a minha Mãe e respeito alguns homens, porque vi e respeitei no meu Pai a sabedoria de saber lidar com uma fraqueza que jamais confessou.
Desculpem-me de meter mais uma vez o bedelho na conversa. Mas não posso resistir. Alves de Fraga, no seu comentário, colocou, magistralmente diga-se em abono da verdade, o dedo na ferida.
Obrigada, às mulheres, por deixarem aqui o vosso testemunho e apoio. E obrigada aos homens por confirmarem as minhas suspeitas ;) Atrevo-me a remeter quem estiver interessado para um texto que escrevi há tempos no outro blog (www.blogarecagente.blogs.sapo.pt) intitulado O Mal das Mulheres, de 30.11.2005.
Enviar um comentário